segunda-feira, 26 de maio de 2014

Affection















Fiquei estranhamente de frente àquela face.
Uma expressão dupla confusa ali pairava,
Mas não sabia ao certo distinguir qual predominava.
Um instante lembrava aquela que desejava o novo com paixão
E em outro, só remetia à indiferença do que passou.

Essa era uma visão insatisfatória ao meu desejo,
Que ali batia e voltava uma saudade que lanhava com ímpeto.
Então, o peito é tomado por uma fisgada suspirante de tristeza
Ao lembrar-se de lembranças que poderiam existir de ti e de mim em tempos próximos.

Reservo meus dias a ter breves momentos de reflexão.
A maioria encontra-se no toque suave da tua pele na minha
E no sorriso travesso que completava a beleza do teu olhar.
Todo cuidado é pouco quando tudo isso se torna um vício.
Um vício que nasceu ao conhecer pela primeira vez a melodia da tua voz.

Claro que fica em mim a vontade latente em gritar verdades.
Daquelas que aliviam o incômodo e conhecido aperto no coração.
Norteando meu pólo de vida e acalentando-me um pouco de justiça.

Aproveito dias em que os ventos sopram
Para levar adiante e dissipar mágoas.

Em tempos de paredes feitas por orgulho
Quase desejamos nunca mais sentir afeição
Seja por outros olhares e sorrisos encantadores,
Seja por essa gente admirável de atitudes
Ou a falta delas por conveniência.

Só acredito que se o tempo para nós passou,
Não há dúvidas do quanto foi satisfatório cada momento.
Restou-me um lindo novo amanhecer de verão.
Assim como naquele verão em que vivemos incríveis
E singelas igualdades.

A amizade permanece
Na simples memória.

Lucas Zeni