segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Out Of Reality

Pobre de mim mesmo,
Que nasci com a sina
De servir pra ser poeta
Uma mera matéria orgânica.

Apego-me mais fácil.
Sigo o caminho errado.
Depois não me vejo capaz
De voltar atrás.
O caminho foi apagado.


Sofrerei o grande martírio
Da solidão e desilusão.
Como são quase indestrutíveis.
Irracional é e tão pobre.

Possui irracionalidade errônea.
Ele é normal, aquele é normal.
Escreverei somente poemas profundos
Para suprir minha dor,
Infelizmente sem sucesso.

Pare agora, exijo com ódio a mim.
Tens uma força rara contigo,
Como sempre me afirmo.
Dê cabo logo disto.

Nem sequer tento, é a verdade.
Pareço orgulhar-me de mim.
Tornei-me narciso, intocado?
Bom até demais pra ti,
Ser medíocre e sem sangue.

Dono da frieza, sem empatia.
Sou um demônio de carne e osso
Pisando neste solo de pedra.
Como suporto viver com isso?

Agora que tenho certeza,
Pois aqui estou sentado
Frente a frente com meu reflexo,
Entorpecendo a minha dor com álcool,
Escrevendo este poema cretino
E sentindo-me orgulhosamente vazio.

Mais pobre és tu também,
Não compreensivo de minha escrita.
Mas não se esforce à compreensão.
Tudo isso é minha psique,
Complexa e sem credibilidade.

Lucas Zeni

Who Knows About Inside

És doce a tua inocência,
A tua timidez e inteligência.
São sinais da pureza
Ainda habitando tua essência.
Será que te quero pra mim?

Além das grandes montanhas,
Perdidas estão minhas esperanças.
Desamparadas, jogadas às aranhas.
Vivo através de lembranças.

Como uma leve sensação,
Vejo teu vasto campo.
E nelas desejo o Olimpo.
Pois terras desconhecidas são
E eu, espero que até então.

Quem sabe não será agora,
Aos poucos, me livrarás da autodestruição,
Que de mim, se apoderou outrora.
Quem poderá tocar meu coração?
Será que te quero pra mim?

Lucas Zeni

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

My Desired Condemnation (II)

Cada vez mais a paixão foi crescendo,
A nossa vida foi se construindo,
Cada vez mais um ao outro nos entregando,
Um casal formando-se naturalmente lindo.

Então eu fui absorvendo o calor,
Implorando mais a cada limiar
E afundando no seu vício de me amar.
Gemia a sentir teu corpo a me entrelaçar.

Aquela hora mais esperada em que
Os dois corações no amor esperam,
Acalmam-se num êxtase,
Num êxtase do aguardo que o corroeram
Até se sentirem unidos através do sangue.

Sangue este, conotativo, figurado,
Mas esplêndido, afectivo, enjaulado,
Em uma verdade tão transparente,
Incompreendida e desejada pelo descrente.

Como explicar o toque suave da sua pélvis,
Tocando ingênua e agressivamente
A traseira de minhas pernas imóveis,
Também com os lábios entreabertos,
Expirando uma fervente brisa em meu rosto,
Semelhante a dos vastos desertos.

Terei-te a partir de agora, eterno Serafim.
No local privado do meu prazer me proibindo
Então que me transfiguro de Abel a Caim.
Inexplicavelmente como pôde ter seu findo?

Penetrando-me até não me deixar interpelar,
Podia sentir a umidade escorrendo pela parede.
Gota a gota formando-se por nossos cheiros.
Não me importava de secar até desidratar,
Sempre foste capaz de matar a minha sede.

Lucas Zeni

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

My Desired Condemnation (I)















Desde o dia em que seguraste
Minha mão pela primeira vez,
Deste me um passaporte.
Para entrar em um mundo,
Onde a felicidade se fez.

Subimos ao céu
Naquela mesma noite,
Deixando o antigo véu
Tão rápido como um açoite,
Em um caminho já passado.

A altura me fez receoso.
Tão normalmente puro,
Que permiti me sentir ansioso
Então o meu coração duro,
Quebrou-se ao ver te.
Aquele olhar quase piedoso.

Fui ao encontro do teu beijo.
Senti tua mão a me parar.
Retraí logo o meu desejo,
Para ouvir o que iria me falar.

Sua confissão tomou meu peito,
Tão inocentemente íntima
Que rir seria o maior despeito,
Uma detestável lástima.

Sentindo aquele beijo me alimentar,
O deslumbre em mim, tomou seu lugar
E sua forma ainda frágil resolveu me tocar.
Que te escolhi, ó anjo, pra me completar.

Lucas Zeni

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Better

Somos melhores que muitos
E muitos melhores que nós.
Muitos são até melhores que
Aqueles que achamos serem
Melhores que nós e que nos acharão
Melhores que eles.

Na verdade, somos todos iguais,
Com as mesmas chances,
Capacidades, esperanças e sortes...
Somos suscetíveis a tudo.

Lucas Zeni