segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sins Of An Incomprehensible Soul





















Como o curso de um rio
E a força do tempo,
A dor vai se dissipando
Por dentro da minha'alma espectral.

Ainda sinto o típico aperto no peito,
Mas minhas lágrimas que antes
Brotavam sob a pele sensível da minha face,
Agora escorrem timidamente por dentre as fibras do meu corpo.
Esse corpo que um dia disseste
Que era como se fosse teu.
Essas lágrimas que ensoparam
O algodão trabalhado de tuas roupas.
Como foi doce minha criança.

Triste dia em que encontrarás alguém que iluminará
A vida com estas doces palavras,
Entoadas com esse leve chiado da tua fala.
Igualmente triste como no dia em que tive
De ver a vida se esvair,
Enquanto arrancavas todas as travas do meu coração
Para ires embora sem muito remorso.

Quem sabe até que ponto
Tudo aquilo era compreensível?
Dando início à frase contendo "amor",
Seguida de inesperada gargalhada cruel.
Quem sabe da real intenção
Do porquê foste da pura água
Ao ácido vinho.
Quem sabe meu amor,
Nem mesmo tu sabias
Quem sabe não sofreste do teu modo
Ao se ver sem saída.

Como é penoso o caminho
Do amadurecimento através
Das farpas do sofrimento.
Ele tem um preço alto,
Pago com duras cicatrizes
E daquelas que doem eternamente
Em dias de tempo ruim.

E como dizia Elis
"Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada".
Quanta verdade resumida
Aos pobres sonhadores intensos
Não satisfeitos com a verdade
De quando um imaculado amor
Simplesmente se vai.

Não lhes resta nada
Além de ter que sempre
Viver sabendo que tudo existiu,
Graças às lembranças de um tempo
Que foi como um sonho.
Um sonho no qual jamais deveríamos acordar.

Lucas Zeni

3 comentários:

  1. Uma poesia que é a narrativa circunstâncional de sentimento envolto numa relação, parabéns pelos versos e pelo espaço poeta,

    um cordial abraço.

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