quinta-feira, 11 de agosto de 2011

My Desired Condemnation (II)

Cada vez mais a paixão foi crescendo,
A nossa vida foi se construindo,
Cada vez mais um ao outro nos entregando,
Um casal formando-se naturalmente lindo.

Então eu fui absorvendo o calor,
Implorando mais a cada limiar
E afundando no seu vício de me amar.
Gemia a sentir teu corpo a me entrelaçar.

Aquela hora mais esperada em que
Os dois corações no amor esperam,
Acalmam-se num êxtase,
Num êxtase do aguardo que o corroeram
Até se sentirem unidos através do sangue.

Sangue este, conotativo, figurado,
Mas esplêndido, afectivo, enjaulado,
Em uma verdade tão transparente,
Incompreendida e desejada pelo descrente.

Como explicar o toque suave da sua pélvis,
Tocando ingênua e agressivamente
A traseira de minhas pernas imóveis,
Também com os lábios entreabertos,
Expirando uma fervente brisa em meu rosto,
Semelhante a dos vastos desertos.

Terei-te a partir de agora, eterno Serafim.
No local privado do meu prazer me proibindo
Então que me transfiguro de Abel a Caim.
Inexplicavelmente como pôde ter seu findo?

Penetrando-me até não me deixar interpelar,
Podia sentir a umidade escorrendo pela parede.
Gota a gota formando-se por nossos cheiros.
Não me importava de secar até desidratar,
Sempre foste capaz de matar a minha sede.

Lucas Zeni

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