segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Soneto do Vazio

A dor percorre o trajeto do peito.
Aperta e quase tira o fôlego.
Investe no que é improvável e real.
Confunde sentimentos.
Sente-se todos e nada sabe.
Lágrimas pesadas tornam-se leves
Ao serem carregadas pelo vento entrando por tais janelas.
O semblante é contemplado por uma lua minguante na vasta imensidão escura.
E os pensamentos lentamente diminuem a velocidade.
O olhar em transe procura caminhos pela estrada,
Enquanto luzes de faróis parecem competir em uma corrida contra o tempo.
Sempre só.
E de mim mesmo, sinto um tanto de dó.
Quero queixar-se; quero outro sentido; outro sentir.
Penso e envergonho-me da minha estima fraca; de minha confiança abalada.
Fujo e faço-me invisível diante de um mundo que a cada dia corre mais rápido.
Só espero até de qualquer jeito e trejeito
Encarar-me timidamente através do reflexo.
Sem respostas, esperanças e euforia,
Despeço-me de mais um dia ao adormecer.
Olhos marejados e lacrimejantes esperam o pesar das pálpebras.
A torcida em nada.
Nada além do desligar.

Lucas Zeni

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